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Sobre Gaga e a dor de ser mulher na música

Não sei se vocês sabem, mas a indústria musical, na forma como se estrutura hoje, é um verdadeiro rolo compressor. Ela mata quem não se prepara física e emocionalmente para o que existe no meio, e ela, ao menos, desequilibra quem se prepara. Isso se aplica de uma forma muito incisiva no mundo pop. Especificamente à mulher. Se você quer entender um pouco do que estou falando, veja os documentários sobre Beyoncé, Amy e Lady Gaga.

Cito elas pelo amor que as tenho. Mas você pode ver qualquer documentário que fale de uma artista mulher no mundo pop. E tem que ser mulher. Porque a cobrança que vem dobrada. A falta de maquiagem (um salve à Alicia Keys), uma celulite à mostra, a impossibilidade do erro e a procura da perfeição. Tudo é motivo para desvalidar o trabalho da mulher na música. Por mais torpe que seja o fato.

Vi no último domingo o documentário da Lady Gaga, que fala sobre o processo de gravação do seu álbum (FODA!) Joanne e sua apresentação no Super Bowl. O meu amor por ela só cresceu. Porque ela demonstrou sua fraqueza, suas limitações físicas, sua humanidade, seu coração partido por um boy.

Álbum Joanne

Mais do que isso, ela demonstrou como é ser colocada em um pedestal – e como isso é prejudicial. Isso significa ter que atender às expectativas. E a gente sabe que “expectativa é o pai da m$%¨&”.

Gaga tocou fundo em mim ao falar de como a mudança artística dos últimos anos foi um processo de autoconhecimento. Ela saiu de um vestido de carne para usar um short jeans com camiseta preta. Ela fez um álbum com o nome da tia, que faleceu aos 19 anos. Ela abriu sua vida. Encaixou perfeitamente no momento que vivo agora, que é a pré-produção de um disco que me desnudará como nunca. Porque, como ela mesmo disse, compor é como se fosse uma cirurgia de coração, algo extremamente invasivo no local mais delicado.

A ela e a todas as mulheres na música, meu amor e suporte.

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